21/03/2015

Vice da CBF ri de nova lei e manda Dilma cuidar de ‘roubalheira dos tempos de Lula’

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A Medida Provisória assinada por Dilma Rousseff nesta quinta-feira já começou a gerar polêmica. A principal reclamação de dirigentes e deputados é sobre o artigo quinto do texto do Governo, que tenta limitar os mandatos de federações e da CBF em no máximo uma reeleição (um total de oito anos no poder, portanto).
De um lado, há a alegação de se tratar de uma ação inconstitucional, já que a lei prevê total autonomia para as entidades do desporto. Do outro, no entanto, se argumenta que trata-se de uma regra facultativa: os clubes só vão aderir se quiserem o refinanciamento de dívidas fiscais com descontos e prazo estendido em até 240 meses.
De acordo com o texto atual, os times que entrarem no pacote só poderão disputar campeonatos organizados por associações que tenham em seu estatuto mandato de até quatro anos para seu presidente ou dirigente máximo e demais cargos eletivos, permitida uma única recondução. Ou seja, a CBF e as federações teriam de fazer adequações internas. A MP ainda vai passar pelo Congresso Nacional.
A reportagem entrou em contato com presidentes de federações, para ouvir opiniões sobre o tema. Muitos defenderam a necessidade da limitação dos mandatos, enquanto outros detonaram a medida proposta pela presidente Dilma Rousseff. Veja o que eles disseram.
Delfim Peixoto, presidente da federação de Santa Catarina há 30 anos e vice-presidente eleito da CBF para o próximo mandato:
Isso eu rio. Eu só posso rir. É uma intervenção. Não pode. Pediu o parcelamento, tem de pagar, só isso. Mas não é por causa disso que tem de se submeter a vontades do governo, ou de qualquer poder. Eles vão fazer isso para as grandes empresas?
O Bom Senso não tem nada de Bom Senso. No dinheiro deles, não quer que mexa. A Dilma quer fazer média no futebol. Ela está por baixo. Ela que cuide dos escândalos do governo dela. Ela que cuide da roubalheira dos tempos de Lula, do tempo dela. Ela tinha que se preocupar com isso.
Enquanto uma pessoa tem condição de dirigir uma entidade, essa pessoa tem o direito de ficar. Ela pode ficar enquanto queiram que ela fique. Agora, se ela fizer bandalheira como o governo está fazendo, tem de ser colocado para fora. Ou o governo quer me convencer de que não tem nada a ver com a roubalheira da Petrobrás? E de outras coisas?
Estou há 30 anos na presidência. E o futebol catarinense só cresceu nesse tempo todo. Eles acreditam no meu trabalho. Eu não vivo disso. Quem pode limitar o prazo de mandato são só as próprias entidades. É uma chantagem o que o governo está fazendo. É chantagem. Tenho certeza de que isso não vai passar.
A Dilma fala o tempo todo que fez muito pelo Brasil. Eu nunca fiz bandalheira da política. Eu fui vereador e deputado (16 anos), do MDB, da oposição, de 1970 a 1982. Também lutei contra a ditadura e fui torturado. Ela que não me venha com esses argumentos pra cima de mim. É um absurdo isso”.

Do ESPN 

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